Ofrecemos en este artículo enviado por la directora del Museu da Marioneta, Maria José Machado Santos, una interesante introducción al mundo de las llamadas Máscaras Khon, el Teatro de la Corte de Tailandia, objeto en estos momentos de una exhaustiva exposición en el Convento das Bernardas, sede del Museu, con piezas pertenecientes a la Colección de Francisco Capelo (cuyo fondo está cedido al Museu). Una exposición que podrá verse desde el mes de junio (se inauguró el día 4) hasta el 22 de septiembre de 2013.
O Museu da Marioneta orgulha-se de poder apresentar mais uma exposição sobre o universo do teatro de máscaras e marionetas de um país do sudeste asiático, que à semelhança das exposições temporárias anteriores – Sri Lanka e Java (Indonésia) – não seria possível sem o inestimável contributo de Francisco Capelo, cuja colecção se encontra em depósito no Museu da Marioneta.
Embora a colecção compreenda outros elementos da cultura tailandesa, nomeadamente marionetas tridimensionais (Hun) e dois tipos de marionetas de sombras (Nang Yai e Nang Talung), esta exposição dedica-se especificamente ao universo das máscaras do teatro Khon.
Estamos perante um grupo de peças da mais elevada qualidade que dificilmente se poderá apreciar enquanto conjunto em qualquer outro local no nosso país.
Tratando-se de uma forma de teatro que se realizava quase exclusivamente na corte, era imprescindível tentar recriar o seu ambiente de forma mais abrangente e clara possível. Esta foi desde o início da preparação desta exposição a intenção, diria mesmo condição, do colecionador Francisco Capelo que, para isso disponibilizou, para além das máscaras já em depósito no Museu, outras peças, como cabinets, têxteis, cerâmicas, pintura, esculturas, manuscritos que em muito valorizam e aconchegam as máscaras, permitindo ao público um entendimento completo da realidade e das diferentes personagens do teatro Khon.
O Khon é uma das mais espectactulares dança-drama do sudeste asiático.
Durante bastante tempo Rama II (1809-1824) foi considerado como sendo o seu criador, mas acredita-se agora que é muito mais antigo. Existe uma referência escrita a uma peça de Khon registada por uma delegação francesa que data de 1691. Desde o início do séc., XVIII é regularmente mencionada em fontes escritas, como decretos reais.
O teatro de sombras Nang Yai foi diversas vezes considerado como sendo uma das possíveis origens do teatro khon, por se saber que existiu uma variedade de khon que se desenvolvia em frente a uma ecrã semelhante ao das sombras. Esta tese poderia, de facto, explicar muitas das similitudes que partilham. Ambas empregam o mesmo tipo de versos arcaicos, técnicas de movimento e caracterização. Na dança khon os dançarinos mantêm as suas poses decorativas numa quase imobilidade e existe uma tendência para a postura em silhueta idêntica à das figuras nang yai.
Uma outra abordagem para explicar o nascimento do Khon prende-se com antigos rituais de representação, como o Chak Nak Dukdamban (puxar uma serpente gigante) que acontecia a em cerimónias de coroação. Nestas grandiosas cerimónias, oficiais civis e militares vestem as personagens de demónios e macacos, representando a cena do mito hindu da criação.
Uma terceira fonte para o khon, ou pelo menos para alguns dos seus movimentos, pode ter sido o Krabi Krabong ou dança de espada e baton (pau) que é mencionada numa inscrição em 1458. Essa dança utilizava a posição de perna aberta, acompanhada por música.
Era praticada por príncipes e nobres para aprenderem as técnicas das artes marciais.
No teatro Khon, os actores não dizem as suas falas; interpretam as suas personagens através de gestos expressivos e usando todo o vocabulário da dança tailandesa, enquanto encarnam personagens unicamente do Ramakien.
As personagens humanas empregam toda a gama de movimentos daquela dança clássica do centro da Tailândia. As personagens de macacos e demónios têm as suas próprias técnicas e movimentos básicos, que são dominados pela posição das pernas extremamente abertas (influência indiana das danças do sudeste asiático).
No que se refere aos demónios, as suas técnicas de movimento poderão ter tido origem nas antigas artes marciais tailandesas. A dança dos demónios, com o seu bater de pés poderoso, é de carácter agressivo, enquanto que a dança dos macacos tem elementos acrobáticos e divertidos dos verdadeiros, juntando assim mais um elemento ao complexo vocabulário Khon, que é a antiga dança animal.
O tetro khon é a soma de vários elementos. Partilha a sua narrativa baseada no Ramakien, a caracterização e as técnicas de movimento com o teatro de sombras Nang Yai e com as artes marciais que fornecem modelos, especialmente nas cenas de batalha, que são as mais espectaculares de todas.
Outra característica essencial das peças Khon é fornecida pela rigorosa etiqueta da corte, reflectindo a etiqueta da corte tradicional tailandesa.
Tradicionalmente, a peça começa com uma cena de audiência no palácio de Rama ou de Tosakanth; nesta longa cena, o conflito da história é apresentado, bem como são narrados os acontecimentos precedentes.
Rama e Tosakanth entram por lados opostos do palco nas suas carruagens douradas com ornamentos de chamas, conduzidos por homens com máscaras de cabeça de cavalo. Usando o traje de gala, usam nas mãos os arcos ornamentais.
Tosakanth é seguido pelo exército de demónios, dançando ameaçadoramente e agitando os seus bastões. Rama é acompanhado pelo seu irmão Laksmana e por um exército de macacos.
No final, Rama, vitorioso, eleva-se numa postura heroica sobre as coxas do vencido para aclamação do público.
A cena da vitória é quase uma imagem estática com correspondência exacta nos murais e relevos dos templos tailandeses.
Os espectáculos Khon são acompanhados por uma orquestra – Piphat , coros, cantores e narradores posicionados ao lado do palco.
Os narradores descrevem os eventos da trama e recitam as falas das personagens no palco com extrema expressividade.
Como em muitas outras tradições teatrais do sudeste asiático, os narradores têm aqui um papal crucial. São tão importantes para o sucesso da representação como os actores que se movimentam no palco de acordo com as falas.
A dança-drama clássica tailandesa pode ser de dois tipos: movimentos a ilustrar o texto ou dança propriamente dita acompanhada por música. Ambas são plenamente usadas no Khon.
Originalmente todas as personagens usavam máscaras. Hoje em dia as personagens humanas ou de deuses deixaram de as usar, mas mantêm o uso das coroas.
O número de máscras é muito elevado, entre 200 e 300 tipos que se podem dividir em cinco grupos: demónios, macacos, seres celestiais, humanos e animais.
Os grupos mais numerosos são os demónios e os macacos que, por sua vez, se podem dividir consoante o tipo de ornamento: máscaras com coroas pontiagudas com as suas diversas terminações, e máscaras sem coroa, só com uma espécie de tiara.
Diversos elementos concorrem para que as personagens sejam reconhecidas pelos espectadores. Cada uma tem as suas próprias características fixas que o autor das máscaras não tem liberdade para alterar correndo o risco de as personagens não serem reconhecidas.
Os demónios podem ter dois tipos de olhos, esbugalhados ou de crocodilo; bocas fechadas e contraídas ou num esgar, como que a rosnar, mostrando os dentes; caninos curvos ou presas lisas.
Podem ainda, nalguns casos, apresentar características de outras categorias ou elementos que indiquem a sua filiação. Por exemplo, Indrachit, filho de Tosakanth, tem orelhas humanas. Dois dos filhos de Tosakanth têm pequenas trombas no lugar do nariz, indicando que tiveram mães elefantinas.
Para os demónios existem cerca de 14 tipos de coroas. Regra geral, quanto mais elevado é o estatuto da personagem, mais elaborada é a coroa.
O mais importante dos demónios é Tosakanth.
A sua cara, habitualmente verde, é realçada por linhas azuis e douradas e lábios vermelhos. Tem olhos esbugalhados, boca de rugido e presas curvas. A sua coroa tem diferentes níveis; o primeiro é decorado em folha de ouro com jóias e desenhos de flores, os seguintes replicam, em ponto pequeno, a cara da própria máscara e simboliza as dez caras de Tosakanth. O último apresenta uma face celestial que, de acordo com Mary Lou Robertson, pode ter uma de duas explicações.
Por um lado, Tosakanth é considerado por alguns como descente de Phra Phrom, o nome tailandês para o deus hindu Brahma, e por outro lado, porque Tosakanth não é considerado como sendo totalmente mau. Na sua origem é bom, mas age de forma agressiva. Consideram que, de alguma forma, esteve associado aos deuses antes de nascer.
Quer se comungue de uma teoria ou de outra, parece pacifico considerar que a face celestial que encima a coroa representa a sua ligação aos deuses.
A coroa tem forma de coroa de vitória (nome dado à coroa real tailandesa) com diferentes níveis e termina numa espécie de torre afilada. Também Rama apresenta este tipo de coroa.
Tosakanth é por vezes apresentado com a máscara dourada o que simboliza a sua faceta simpática e agradável.
Tosakanth é um demónio com dez cabeças e vinte braços. A multiplicação de partes do corpo, que acontece com frequência na representação dos deuses hindus, reflecte o seu enorme poder.
O segundo grupo mais numeroso é o dos macacos, o grupo aliado do rei Rama.
Existem 30 a 40 máscaras deste grupo. De igual forma são possuidores de características específicas de cor, forma, olhos, boca, armas que as individualizam. Todos têm os olhos arregalados e também se podem dividir de acordo com o tipo de coroa.
Por exemplo, as coroas “Yodbat” usadas, por exemplo, por Sukrip e Pali, que são dois reis macacos, indicam um nível real elevado, dado que ambos têm deuses como pais.
As máscaras sem coroa são as mais abundantes neste grupo e dividem-se de acordo com o nível dos oficiais do exército de Hanuman.
Hanuman é o mais importante dos generais do exercito de macacos, com poderes especiais.
A sua máscara é branca, com a boca escancarada, mostrando os seus caninos (em geral uma característica só dos demónios). A jóia colocada no céu-da-boca, simboliza os seus poderes. Quando boceja, Hanuman exala sóis, luas e estrelas. É filho do deus do vento pelo que pode deslizar pelo ar. Igualmente emblemática é a joia que tem entre as sobrancelhas, que também se pode observar em representações do Buda, simbolizando a energia interior.
As máscaras humanas e celestiais embora já não sendo usadas nas representações continuam a ser feitas.
São de concepção mais simples do que a dos macacos e demónios, embora de aparência mais refinada. Também aqui as cores variam de acordo com a personagem que representam.
Rama, o herói, é verde embora de um tom distinto do de Tosakanth; o seu irmão Lakshman é dourado, Phra Isuan, nome tailandês do deus Shiva, é branco.
As personagens divinas têm em geral a boca fechada e as mais importantes têm também uma joia entre as sobrancelhas.
Apesar do conjunto de marcas distintivas de cada personagem, dado o seu elevado número, algumas das máscaras acabam por ser muito semelhantes, com variações de detalhe. Por isso, essas máscaras nunca aparecem em palco simultaneamente, o que facilita a sua identificação.
tengo una mascara tailandesa , del sur de color rojo y dorados , tiene la boca abierta y saca la lengua ( muy larga ) tiene dientes y colmillos es de madera ……..me gustaría saber si tiene algún significado gracias